THEO, UMA VIDA






“Mundo, mundo, vasto mundo, mais vasto é o meu coração”



Ao tomar contato com o livro de Theodomiro Paulino, Theo, Uma Vida, não pudemos deixar de fazer a seguinte constatação: estamos diante de um homem feliz!
Essa afirmação, cremos, está de acordo com a narrativa oferecida pelo seu autor, que ao visitar sua infância em Pires de Albuquerque, hoje Alto Belo, até a sua consagração como colunista maior da cidade de Montes Claros, aborda todos os aspectos que compõe sua história com uma alegria e otimismo na vida que, no mínimo, contagia.
A infância pobre, a mudança como ele próprio afirma de forma poética para Montes Claros, o envolvimento com membros das famílias locais, o acesso ao trabalho árduo, mas a persistência do sonho de mudar uma realidade social, cultural e econômica que lhe foi imposta pela vida.
E talvez aí esteja a chave do seu sucesso: reconhecer suas origens, o valor do trabalho transmitido pela mãe, o sentimento de amizade, o gosto pelo sofisticado, a necessidade de conhecer o mundo. Santa inquietação, já diria Santo Agostinho.
Theodomiro é um desses homens que na época, mesmo sem conhecer ainda profundamente o existencialismo de Jean Paul Sartre, já comungava com suas idéias. O existencialismo parte do princípio de que o homem é um sujeito em situação. Nasce em um local não escolhido, com carências materiais que não havia escolhido. Essa é a situação imposta pelo nascimento: berço rico ou berço pobre. Mais adiante Sartre adverte o homem para a sua grande verdade. A realidade recebida pode ser alterada, bastando para isso do posicionamento do sujeito e da visão de mundo que ele ostenta. E Theodomiro fez isso. Não recusou em nenhum momento a sua origem, mas fez dela uma catapulta capaz de lançá-lo ao espaço e tempo onde estivesse aquilo que mais almejava que era servir, e receber em troca toda uma sorte de bons trabalhos e recompensas.
Adiante no seu tempo, pensou Sartre na forma prática, e fez da sua história, a história de muita gente. Afinal é colunista renomado, homem de papel importante na constituição da cidade de Montes Claros, testemunha ocular de acontecimentos importantes que marcaram toda a história local.
Generosidade, amizade, compaixão e trabalho definem melhor Theodomiro do que todas essas palavras escritas acima.
Caetano Veloso em um dos seus discos se refere a Gilberto Gil com a seguinte frase: obrigado por Gil existir, por ele ser preto, por ele ser ele. Em relação à Theodomiro poderíamos traduzi-la da seguinte forma: obrigado Theo por existir, por se preocupar com todos, por ser exatamente como você é.


Mara Lima/Marcelo Valmor

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