DEPRESSÃO


*Marcelo Valmor



“Vincent Van Gogh, que sofria de depressão e cometeu suicídio, pintou esse quadro em 1890 de um homem que emblemática o desespero e falta de esperança sentida na depressão”.

A depressão é um problema médico/emocional caracterizado por vários sintomas. Humor persistentemente rebaixado e redução na capacidade de sentir prazer seriam alguns deles. As palavras “rebaixado” e “redução” indicam um aspecto fundamental dessa doença: ela tem cura!
Os chamados subsintomas são indicativos, mas nem sempre apontam para um quadro depressivo: Afastamento de amigos ou pessoas; Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa; Ter maus resultados escolares devido á incapacidade em se concentrar; Vontade de ficar só; Afasta-se de tudo e todos; Não querer ouvir barulhos ou querer música ou barulhos em altos berros (pois é uma forma de se alhear e afastar do que se passa à sua volta); Sentimento de tristeza persistente; Isolamento: evitar outras pessoas; Evidente que o leitor não pode sair por aí achando que é depressivo porque achou um desses sintomas ou mais de um em si mesmo.
Confundida na maioria das vezes com uma certa tristeza ou melancolia, a depressão virou alvo de pesquisas mais sérias com o mundo capitalista. Isso foi feito atendendo a dois princípios. O primeiro porque ela comprometia o processo produtivo, haja vista que o estado que o sujeito se encontrava era o de uma prostração absoluta. Em segundo lugar porque foi preciso quantificar as doenças, e, por isso mesmo, pesquisá-las com o objetivo de produzir drogas e auferir lucros. Estima-se que 25% a 30% da população mundial sofreu de depressão em algum momento da sua vida, e que um outro bocado se encontra sob tratamento clínico/ambulatorial atualmente.
As causas da depressão são controversas e várias. Genética, drogas, estilo de vida, entre outros, seriam elementos desencadeadores do processo depressivo. Seria de bom termo lembrar, também, que situações de extremo stress podem desencadear o problema, com resultados imprevisíveis. Estatísticas apontam para uma ocorrência maior de depressão em pessoas com idade entre 24 à 44 anos, e a ocorrência em mulheres costuma ser o dobro das ocorrências nos homens.
O senso comum – infelizmente ele ainda é a maioria -, ainda associa a depressão a um “estado de espírito”, e que a pessoa doente pode se curar sozinha. Ora, quem está depressivo porque vive em dificuldades financeiras, por exemplo, não se cura depois de ganhar uma quantia considerável. O que se observa é um estado de euforia inicial, para depois voltar à rotina da doença. O máximo que esse dinheiro pode proporcionar é um tratamento adequado para o problema.
A depressão é como um cálculo biliar, uma apendicite, um cálculo renal, enfim, é uma doença qualquer. E como qualquer doença tem sua medicação específica, mas com uma diferença básica: a psicoterapia é fundamental para que o tratamento tenha êxito.




*Marcelo Valmor
Professor

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