CAMARA MUNICIPAL DE MONTES CLAROS




*Marcelo Valmor


Já correm alguns anos quando a Polícia Federal prendeu vários vereadores acusados de desviarem dinheiro público. Pouco ou nada foi feito pelas nossas instituições para dar uma cara definitiva para esse problema. Sabemos do esforço do Ministério Público, mas as medidas tomadas ainda são muito lentas.
Mas saindo do âmbito das Instituições para o da comunidade, muito se fez para que os mesmos fossem punidos. Iniciativas de entidades de classe, ou mesmo individuais, foram observadas durante o período do escândalo citado.
Somente para relembrar, ficaremos em duas. A primeira diz respeito a uma iniciativa minha para que elaborássemos um abaixo assinado exigindo uma investigação da própria Câmara Municipal. A outra foi a das Pastorais ligadas à Igreja Católica e com o apoio da CUT. Manifestações na porta da Câmara foram observadas, e o abaixo assinado correu cidade. Foi um total aproximado de nove mil homens e mulheres que, indignados, se deram ao trabalho de exercer o seus mais legítimo direito, que é aquele de exigir dos homens públicos moralidade.
Mas tão logo recebeu o abaixo assinado, a Câmara Municipal o ignorou, e cerrou fileira com os acusados. De Casa adequada para resolver o imbróglio, além da polícia, ela preferiu deixar como está para ver como é que fica. Ainda bem que nem todos pensaram assim, e o Ministério Público, a despeito de toda a lentidão da nossa justiça, tem feito esforços consideráveis para dar rumos definitivos a essa situação.
E foi a partir desse escândalo, e da mobilização de um setor considerável de nossa sociedade, que surgiu a campanha para uma forte renovação na nossa Câmara, mas uma renovação com mais qualidade.
Evidente que todos os vereadores eleitos no último pleito são homens de bem até que provem o contrário, mas começaram a legislatura muito mal ao “aproveitarem” o Dia Internacional da Mulher para legislar em causa própria. Boa parte deles homenageou mães, esposas ou amigas em solenidade pública realizada no último dia seis no nosso legislativo. E volto a afirmar que são mulheres que mereciam muito mais, mas não poderiam ter ali vínculo de nenhuma ordem com os vereadores, sob pena de se transformar o Dia Internacional da Mulher no Dia Individual da Mulher.
As exceções ficaram por conta de serem representadas por Da. Laura Silva, que teve sua homenagem ali, naquele recinto, por questões óbvias.
Esperamos muito mais da nossa Câmara durante esses próximos quatro anos. E temos um time bem eclético, capaz de fazer do debate e das diferenças um elemento fundamental para ajudar no nosso desenvolvimento. Mas diante do primeiro exemplo, me veio à mente, imediatamente, a prática mais comum da última legislatura: as homenagens servindo para atender a interesses pessoais, e o dar as costas para a população da cidade que esperou muito mais daqueles senhores.



*Professor

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