Médicos brigam antes de parto em hospital de MS; bebê nasce morto

RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Cuiabá

Dois médicos trocaram socos durante um trabalho de parto no hospital municipal de Ivinhema (a 345 km de Campo Grande), em Mato Grosso do Sul, e atrasaram o procedimento. Após uma cesariana de emergência, o bebê nasceu morto.

A polícia abriu inquérito para apurar se a confusão na sala de parto contribuiu para a morte. A cesariana foi feita por um terceiro médico, uma hora e meia depois da briga. Segundo o delegado Lupersio Lúcio, os exames pré-natais da gestante Gislaine Santana, 32, não indicavam problemas com a gravidez.

"Uma briga nessas circunstâncias é, por si só, algo surreal e inimaginável", disse o delegado. Ele afirmou que vai tentar mostrar se a confusão diante da gestante resultou em algum prejuízo ao trabalho de parto. A confusão ocorreu na terça-feira (23), durante o plantão do médico Sinomar Ricardo. Ao chegar ao hospital para o parto, Gislaine estava com o médico Orozimbo Oliveira Neto, que trabalha no mesmo hospital e fizera todo o acompanhamento pré-natal.

Quando o outro médico já havia começado o procedimento na sala de parto, Ricardo interrompeu o processo, segundo o delegado, por entender que ele é que deveria conduzir os partos durante o seu plantão.

"Aí, foi pancadaria mesmo. Chegaram a rolar no chão. E minha mulher gritava para que parassem", disse o marido de Gislaine, Gilberto Melo Cabreira. Ele afirmou que, durante a briga, a porta da sala ficou aberta. "Minha mulher ficou exposta, nua, para todo o hospital."

Segundo ele, Gislaine pretendia ter um parto normal e que, pouco antes da briga entre os dois médicos, havia recebido uma dose de um medicamento que induz as contrações e a dilatação.

Depois da briga, Cabreira disse tê-la encontrado "em estado de choque". "Ela estava chorando muito e ficava repetindo que não queria mais o parto normal."

Nesta quarta-feira, em nota, a Secretaria Municipal da Saúde anunciou que os médicos foram dispensados do hospital. Gislaine recebeu alta nesta tarde e se disse "muito abalada emocionalmente". A Folha não conseguiu localizar os médicos envolvidos.

Cabreira esteve hoje no Ministério Público. Até o final desta semana, ele diz que pretende contratar um advogado para buscar reparação por danos morais.

Sobre a possibilidade de a briga ter interferido no nascimento de sua filha, Cabreira disse que "não pode fazer acusações". "Uma coisa, porém, eu posso afirmar: até o momento do parto, minha filha estava saudabilíssima."

Polícia abre inquérito e suspeita de estelionato em caso de bolão premiado da Mega-Sena

da Folha Online

A Polícia Civil de Novo Hamburgo (RS) abriu inquérito nesta segunda-feira para investigar se houve estelionato por parte de uma casa lotérica no caso de um grupo que afirma ter comprado cotas de um bolão premiado da Mega-Sena. A Caixa Econômica Federal afirma não ter registro da aposta.

De acordo com o delegado Clóvis Nei da Silva, do 2º DP, a lotérica onde o jogo teria sido feito fica no centro da cidade e nenhum responsável foi ouvido ou se apresentou na delegacia para apresentar sua versão para o caso.

Os apostadores compraram cotas do bolão para o concurso 1.155, realizado no último sábado (20), mas, quando procuraram a lotérica, nesta segunda, encontraram o estabelecimento fechado. Eles, então, procuraram a Superintendência Regional da Caixa para reclamar o prêmio e foram informados que não havia registro do jogo.

Os apostadores não têm o documento original da aposta, mas uma cópia como comprovante. A suspeita da polícia é que os jogos não tenham sido efetuados pela lotérica. A Caixa Econômica Federal informou que uma investigação já foi instaurada.

Segundo o delegado, foram colocadas à venda 40 cotas e cerca de dez pessoas procuraram a polícia para registrar a ocorrência. Não há, no entanto, confirmação se todas foram comercializadas.

De acordo com a Caixa, ninguém acertou os números do concurso 1.155 e o prêmio ficou acumulado em R$ 53.368.610,37. Os números sorteados na ocasião foram: 20 - 28 - 40 - 41 - 51 - 58.
A estimativa é que o próximo sorteio pague R$ 61 milhões para a aposta que acertar as seis dezenas.

Apostadores de bolão ficam sem prêmio da Mega-Sena




Um grupo de moradores de Novo Hamburgo, na região metropolitana de Porto Alegre, sentiu o gosto de acertar as seis dezenas da Mega-Sena e a desilusão de descobrir que não receberá os R$ 53,3 milhões sorteados no sábado. Eles compraram cotas de um "bolão" oferecido pela agência lotérica Esquina da Sorte, mas o jogo não está lançado no sistema de controle da Caixa Econômica Federal.

Quando conferiram as dezenas 20, 28, 40, 41, 51 e 58 sorteadas no concurso 1.155, os apostadores sentiram-se milionários. Poucas horas depois, quando procuraram saber o número de acertadores com quem dividiriam o dinheiro, descobriram que ninguém ganhou o prêmio, acumulado para o próximo concurso. "Acordamos ricos e dormimos pobres", resumiu o motorista Jadir Quadros, 40 anos, referindo-se ao domingo que ele e os outros apostadores passaram.

A modalidade bolão é montada e vendida pelas lotéricas com base apenas numa relação de confiança com seus clientes. O apostador fica com um comprovante oferecido pela casa, enquanto esta paga os jogos à Caixa e retém o volante oficial, o único que dá direito à retirada do dinheiro. No caso de Novo Hamburgo, foi oferecida a participação em 15 diferentes jogos a 40 pessoas, que pagaram R$ 11 cada uma para participar da associação informal. Uma das combinações continha as dezenas sorteadas no sábado.

Se tivessem dividido o prêmio por 40, os apostadores de Novo Hamburgo receberiam cerca de R$ 1,3 milhão cada um. Pelo menos 13 deles registraram ocorrência na Polícia Civil e vão à Justiça tentar obter o pagamento e compensações pelo dano moral que sofreram. "A ação será contra a lotérica e também contra a Caixa, que responde solidariamente", adianta a advogada Josmari Peixoto.

A lotérica ainda não explicou o que houve. Funcionários da casa admitem a possibilidade de um erro humano, mas descartam que alguém possa ter agido de má fé e refutam a desconfiança de alguns clientes que passaram a suspeitar que nenhuma aposta recolhida por "bolões" tenha sido feita. Levantam, como hipótese provável, a transcrição equivocada dos números ou para os comprovantes entregues aos clientes ou para a aposta efetivamente registrada na Caixa.

Em nota distribuída hoje, a Caixa destaca que "o comprovante emitido pelo terminal de apostas é o único documento que habilita o recebimento de prêmios" e promete que "a ocorrência será objeto de apuração". O texto também adverte que "caso se confirme a existência de irregularidade será aplicada a penalidade prevista nas normas internas, que podem ir de uma simples advertência até a revogação compulsória da permissão, de acordo com a gravidade do fato".

Ooops!: SBT suspeita de espião dentro da empresa



da Folha Online

O SBT entrou em alerta na semana passada, quando o site da rival Record anunciou que Ana Hickmann apareceria neste domingo, no "Tudo é Possível", na companhia de um jacaré e de um falcão adestrado. Os animais seriam levados pelo "Dr. Pet".

As mesmas espécies animais estavam previstas para aparecer já na abertura do programa dominical de Eliana, no SBT.

A informação é da coluna Ooops!, do UOL.

A preocupação da produção do SBT foi maior pois ela tinha gravado o quadro no dia 4 de fevereiro. O "Tudo é Possível" da Record teria feito a gravação três dias depois. Como o SBT segurou a gravação por 17 dias (mais de dois finais de semana), o fato de a Record escolher o mesmo dia soou como "carta marcada".

Embora possa ser infundada, a suspeita desde quinta-feira no SBT é de que haveria algum "infliltrado" na casa passando informações para equipe rival na Record. Segundo a coluna apurou, estaria sendo feita uma espécie de inivestigação para tentar apurar o vazamento da pauta.

Procurada, as assessorias do SBT e de Eliana se negaram a comentar a situação.

Já a Central Record de Comunicação diz que "o conteúdo do 'Tudo é Possível' foi criado aqui, assim como os quadros com bichos, crianças e games. Considerar que esta equipe que criou todos os conceitos do programa precisa receber informações do concorrente para realizar o programa que sempre fez é, no mínimo, uma pretensão de quem quer transformar em fato, uma mera coincidência de conteúdos".

CHARGE DA SEMANA



Das comparações

VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES

A violência contra a mulher é perceptível através dos tempos. E por conta da não denuncia dos agressores pelas vítimas, esse número tem aumentado consideravelmente.
Portanto, apontar e denunciar os criminosos faz parte das políticas para resolver, de vez, esse problema.
Abaixo, imagens desse tipo de violência.

SALVADOR DALÍ

Abaixo, Dalí para os reflexivos

VICIADOS EM SEXO




Acusado de ene casos de infidelidade conjugal, o tenista norte americano, Tiger Woods, sucumbiu: vai se internar em uma clínica de viciados em sexo. Isso mesmo, caro leitor, viciados em sexo! A intenção é louvável, já que suas atitudes, digamos, pouco convencionais, provocaram um rebuliço tanto na sua vida privada, quanto na sua vida profissional. Afinal, tava correndo o risco da bela loura com quem constituiu uma família dar linha, e ao mesmo tempo ver fugir os milhões de dólares que habitam sua conta bancária desaparecerem.
Mas fiquei a imaginar como é ser internado em uma clínica em meio a pessoas viciadas em sexo. Imagina a sua chegada a tal local. De imediato, são pessoas que estão em uma abstinência secular. Os olhares, evidentemente, que vão se entrecruzar. Fantasias vão explodir aos milhares, e a abordagem, dado o passar dos dias, natural.
Tiger Woods será recepcionado por um colega de tratamento com a seguinte pergunta:
-Você não é aquele golfista que ganhou milhões de dólares?
-Sim, sou eu.
-Me explique a relação entre o taco e a clínica?
-Não sei. Mas sei que depois de tantos anos de experiência, não consegui mais fazer sexo só com minha mulher.
-Mas ela é linda, não é mesmo?
-Sim, mas ela é só uma. Eu queria duas, três, quatro, ou quantas desse para dar.
-Mas, e você, pergunta o nosso golfista, qual a sua profissão?
-Eu sou empresário da área de eletrodomésticos. De tanto produzir liquidificadores, acabei aqui.
-Como assim?
-Ora, conheci uma música de um brasileiro, um tal de Cazuza, que falava em segredos de liquidificador, e resolvi descobrir quais eram eles. Deu nisso.
-Sinto muito, diz Wood.
-Pois é.
Depois desse diálogo, um silêncio profundo se estabeleceu, até que nosso fabricante de liquidificador fez a seguinte sugestão:
-Você me ensina a jogar golfe e eu te ensino os segredos de liquidificador, pode ser?
-Claro, respondeu nosso atleta.
E de mãos dadas, se dirigiram ao gramado sob olhares atentos do restante dos pacientes do local, mortos de inveja.

Marcelo Valmor

DEM critica cassação de Kassab, mas líder diz que partido confia na Justiça



da Agência Brasil
da Folha Online

O DEM criticou a decisão do juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Silveira, de cassar o mandato do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, por suposto recebimento de doações ilegais na campanha de 2008. A decisão deve ser publicada no "Diário Oficial" de terça-feira, e a cassação do prefeito vale oficialmente após esse ato formal.

Para o partido, a decisão é "incoerente", "eleitoral", "irresponsável" e "criminosa". Mesmo assim, de acordo com o líder da legenda no Senado, José Agripino Maia (DEM-RN), o DEM está tranquilo e confia na Justiça. Ele preferiu não politizar a decisão, porém ressaltou que as "as decisões judiciais tem que ser coerentes".

Cassação aprofunda avaliação negativa de Kassab, diz cientista política

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), por outro lado, considera a decisão "100% eleitoral, irresponsável e criminosa". Segundo ele, a cassação visa a criar desconforto e instabilidade ao partido e "sem dúvida" atingir a eventual candidatura à Presidência do governador José Serra (PSDB-SP), principal aliado político de Kassab.

Caiado avalia que se a decisão for levada adiante mostrará que a Justiça Eleitoral "tem dois pesos e duas medidas". Isso porque, segundo o partido, há jurisprudência que permite a doação de empresas que são sócias de concessionárias de serviços públicos sob gestão dos cargos em disputa eleitoral.

O prefeito de São Paulo negou hoje ter recebido doações ilegais na campanha de 2008 e disse não temer perder seu mandato. "Não temo [perder o mandato]. Estou realmente confiando na Justiça, sempre confiei. E volto a afirmar que tudo foi feito corretamente."

"Essa ação já foi adotada em relação a outros candidatos e foi suspensa. Nossa confiança é que possa acontecer da parte da Justiça o mesmo encaminhamento."

Segundo ele, sua defesa irá recorrer da decisão. "Nossos advogados terão a oportunidade de expor tudo que foi feito, mais uma vez. Nossas contas já foram aprovadas pela Justiça."

Ao ser questionado sobre a influência da cassação nas eleições deste ano, Kassab disse que a decisão da Justiça não é política. "A decisão é técnica e, tecnicamente, estamos todos convencidos de que foi feito corretamente."

Em nota, a defesa do prefeito afirma que causa "perplexidade e insegurança jurídica" que assuntos e temas já decididos há tantos anos pela Justiça sejam reabertos e reinterpretados sem nenhuma base legal e contrariando jurisprudência do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

"Por esse mesmo motivo seriam cassados desde o presidente Lula até o vereador do menor município do Brasil."

Como antecipado pela Folha no último dia 3, Kassab corria o risco de ser cassado porque perícia contábil da Justiça Eleitoral apontou que 33% dos recursos arrecadados pelo prefeito no último pleito municipal tiveram origem em fontes de contribuição consideradas ilegais pelo Ministério Público.

O juiz Aloísio Silveira também já apresentou em cartório as sentenças nos processos contra a petista Marta Suplicy e o tucano Geraldo Alckmin, candidatos em 2008.

No processo contra Kassab, o promotor eleitoral Maurício Lopes acusou o prefeito de ter recebido doações ilegais da AIB (Associação Imobiliária Brasileira), de sete construtoras e do Banco Itaú --cujas contribuições somaram mais de R$10 milhões em 2008.